O amor acontece. Não é preciso trilha sonora, pôr-do-sol, passarinhos cantando e lençóis de algodão egípcio para fazê-lo acontecer. Todas essas coisas deixam o cenário mais bonito, mas não mudam a história.

O amor acontece é de pés descalços e sem grandes pretensões. Acontece sem hipocrisia, insinuações ou mentiras. O amor acontece é nas mãos, olhos, lábios entreabertos, pés, pernas, joelhos e no corpo todo, mesmo com a chuva lá fora.

O amor acontece é na alma. O amor não precisa vir completo de fábrica e nem zero quilômetro. Porque o amor acontece numa curva desatenta, quando o encontro se encontra com o desencontro.

O amor acontece na ressaca dos olhos e dos porres. Na ida ao supermercado, na pilha de roupa pra passar, nas contas pra pagar e no tédio de domingo. Acontece da gente achar graça nisso tudo e dar um jeito pra chegar ao final e recomeçar um novo dia pelo sorriso do outro.

O amor acontece porque baixamos a guarda. O amor é pulsante, vivo e fértil, tarado, faminto e manso e feito de um dia depois do outro, de verdade.

O amor acontece acreditando mais no que vai vir do que no que já passou. O amor acontece é de mãos dadas, olhos abertos e pés no chão. O amor acontece é todos os dias.

O amor acontece quando a gente se torna refúgio um do outro sem invadir, persuadir ou exigir. O amor acontece como uma surpresa boa, na luz do dia e nas noites boêmias.

O amor acontece pra quem acredita.

4 comentários sobre “De repente

Deixe um comentário