Sinto saudades de mim quando em você. Porque o tempo era avesso, eu não envelhecia e algo de insano permeava as coisas e meus cabelos eram sempre longos.

Porque eu era só uma menina bêbada da mais louca alegria e você me abraçava e eu te beijava a boca me agarrando ao infinito de tudo que cabia no seu olhar.

Porque era um amor bonito e pleno, que me impedia de desistir, de cansar, de entristecer ou desesperar. Um amor intenso que permitiu reinventar a mim mesma, mostrando a minha face mais exata, o meu corpo mais inteiro, o meu passo mais firme e certo.

Quando em você eu sentia que havia muita vida em mim e eu acho mesmo que, de modo algum, deveríamos ter nos perdido. Porque eu nunca mais me encontrei….

E há ainda esse silêncio enorme de todas as coisas que não nos dizemos, dos sorrisos que não demos… E eu não posso te deixar partir. Por isso te chamo, sussurro seu nome, porque sei que você nunca foi pra muito longe, ainda que nunca venha.

Eu sei que você ainda me espreita, sei que você procura pelos meus sinais, sei que você procura pegadas. Ai, eu subo paredes, pulo prédios, quebro os pratos e me estilhaço em saudades perdidas.

Nosso tempo é passado. Sua ausência presente. Eu, solidão.

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