Ao avesso do que sempre ouviu dizer, descobriu que o amor, olhando bem de perto, era cheio de pequenos defeitos.
Divagou que, assim como um caleidoscópio, o amor seria a luz refletida nos estilhaços formando pequenos universos. Lindo em seu caos. É o olho do furacão e a soma de todas as incertezas.
Num lampejo de lucidez, viu que o amor é a desordem, o descontrole e tempestade. O amor é folgado e espaçoso, propagando-se por todos os cantos.
Compreendeu que o amor, feito do realizável, era erro e tropeço. E, fortalecido, o amor era o caminhar tangível e a possibilidade de voar.
Percebeu que o amor é o rio no qual permeiam dúvidas, carências, medos que não podem conter. É vida que segue, que flui. O amor é deixar-se levar pela correnteza, até virar mar.
Concluiu que o amor é como quem ama: perfeito em cada um de seus defeitos.