Esperava por um amor que lhe amasse apesar dos seus defeitos, dos seus dramas e dos seus exageros. Apesar dos seus medos, esperava por um amor que pudesse lhe devolver a fé e o sorriso, que curasse feridas, lhe estendesse as mãos e lhe conduzisse ao seu feliz para sempre.
Esperava por um amor que lhe amasse mesmo depois de descobrir seus medos, segredos, seus escuros e alçapões, que lhe amasse mesmo depois de descobrir as feras em seus porões, suas vergonhas mais tristes, suas feiuras mais bem guardadas e escondidas.
Esperava por um amor que não se amiudasse diante das suas dores mais atrozes, dos seus fantasmas e dos seus naufrágios. Um amor que a amasse apesar do seu passado. Um amor que lhe amasse além do amanhecer de uma noite perfeita ou do entardecer de uma tarde bonita.
Esperava por um amor que lhe amasse em plena tempestade, no meio do vento, do frio, da escuridão de uma noite sem estrelas, no vazio e que, em meio à dúvida, fosse a sua única certeza. Um amor que, mesmo depois de conhecer a sua pior face, suas mediocridades, suas pequenezas, as infinidades que povoam suas cicatrizes, lhe amasse.
Esperava por um amor que não se assustasse com suas garras, com seus gritos, com suas intempéries, com as fraturas de suas asas ou o seu medo de voar. Esperava por um amor que não partisse depois de conhecer suas piores fraquezas, suas mais terríveis memórias, todas as dores que ela jamais seria capaz de superar. Esperava um amor que pudesse lhe curar da falta de fé.
Esperava por um amor que a amasse imperfeita, triste, fraca, frágil e que isso fosse mais um motivo para ser amada. Porque no seu íntimo, lá, onde faltava luz e tudo era solidão, sabia que era só assim que poderia amar: nua, inteira e incompleta. Talvez, ela não soubesse amar.