Não poderia prever nós dois. Era improvável, mesmo sendo inevitável. Mas não poderia mesmo prever, coberta por certezas tecidas às custas de muito sofrimento e decepção, que um dia poderia haver nós dois. Porque eu não sabia que ainda poderia ser…
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Mês: abril 2016
Raio X
Sou feita de contradições. Imponho minhas regras pra depois romper. Não comporto limites e gosto de cruzar fronteiras, confundir meus rumos. Alguma coisa me inquieta e eu quero improváveis e impossíveis. Só funciono assim e vivo dando defeito. Continuar lendo “Raio X”
Âncora e Vela
Viajar é se perder em um mundo de possibilidades, temporárias ou não. Viajar é derrubar barreiras, é se jogar no rumo do esperado ou do desconhecido, com ou sem medo do que se pode descobrir.
Recortes no tempo
Já não se lembrava de como havia sido, não exatamente. Nada tinha sido esquecido, é verdade. Na contradição aparente, tudo se explicava. O passado, visto agora, parecia ter sido reinventado para que a lembrança fosse mais favorável. Decantava as dores, mas não evaporava o essencial. Continuar lendo “Recortes no tempo”
Ali
Ainda que muito tempo já tivesse se passado, ela ainda sentia aquele olhar dentro dela, visitando um lugar que ninguém mais viu ou soube. Ali, do lado esquerdo do peito, onde ela não deixava mais ninguém entrar. Por trás do abandono aparente, um oásis no deserto. Continuar lendo “Ali”
Um jeito de acreditar
Então vem o silêncio. Abrupto e certeiro. Uma espécie de convivência intuitiva, em uma vida que se vive pra dentro. É um silêncio feroz, mas finalmente adulto. A constatação que somos duas fés rezando e eu não devo interromper seu deus. Você não entende a minha fé.
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Por quase um minuto
Por um minuto, te perco. Na relatividade do tempo e no medo da solidão, dói em mim uma dor infinita. Tateio no escuro, abraço o vazio e se faz um vão. Continuar lendo “Por quase um minuto”
Um sopro de coragem
Naquele dia, revirando a gaveta de papéis encontrou um pequeno pedaço dela. Perdido para sempre. E tudo que ele tentou evitar estava ali, naquele pequeno pedaço dela. Com aquele sorriso, muitas palavras e um grande decote. O espaço se completou do seu cheiro, daquela luz, daquele sonho. As lembranças pesaram o coração, há tanto inabalável. Continuar lendo “Um sopro de coragem”
O que me é de direto
De você quero só o que me daria secretamente. As tardes furtivas e seus ímpetos mais selvagens. Quero você afundando em mim, o seu olhar me penetrando e abalando as minhas certezas. Quero ser seu gozo, seu suspiro, seu riso e sua fêmea. Seus dedos em meus cabelos e nós entre os lençóis. Quero te ver saciar os apelos do meu corpo e ser apenas a extensão do seu. Continuar lendo “O que me é de direto”
Decreto 01/2016
No meio dessa confusão toda, eu, do alto da autoridade que não tenho e nem preciso, faço saber ao senhores e senhoras, as senhoras que se tornam senhores ou os senhores que se tornam senhoras, que fica proibido proibir qualquer amor neste país.
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