Não era uma, era várias.
Feita de uma porção de sonhos, uma pitada de contradições e um coração que não se cansa. Gostava de olhar pela janela. Fosse da construção ou d’alma. Sempre quis absorver a essência, o etéreo, o fugaz. Além das coisas e das palavras.
Cheia de restos, vazia em sua metade meio cheia. Em seu corpo, rabiscos e tropeços e, ainda assim, tela em branco. Ela, a Moça da Janela, era feita de tudo o que tinha sido e do que ainda seria. Esperança. Coragem (ou não). Não era perfeita. Não cabia em uma vida perfeita. Por isso, janelas, frestas, possibilidades.
Era pela janela que observava a chuva cair com força, o sol sair tímido, as verdades se dispersarem. Com o tempo, constatou que nada ficava no mesmo lugar. Nem ela. O mundo ia e vinha e ela o conhecia de diferentes janelas. Lá longe, o horizonte. Ainda que dentro dela. E pela janela, ela via a chuva cair com força, via os pingos diminuindo devagar. Iam e vinham estações, desejos, amores, amigos, frustrações e recomeços. A vida dela, passava pela janela. Às vezes, ela simplesmente precisa parar e olhar pra dentro dela.
Ela, elas… Não importa. O que importa é que sempre será você!
CurtirCurtido por 1 pessoa