Ela sempre teve uma fé inabalável. Sempre acreditou em Deus, mais do que, muitas vezes ele pareceu acreditar nela. Ela sempre sonhou, mesmo acordada. Sorria, mesmo na dor. Estendia os braços tentando alcançar as estrelas, ainda que estivessem sempre tão distantes. Buscava o céu, como que um exercício de alongamento, perseverança e crescimento. Acreditava que era preciso crescer para alcançá-lo e estava decidida a não se apequenar.
Ela sempre acreditou na felicidade que vinha de dentro pra fora. Guardava o melhor de si para ser, a qualquer tempo, uma opção possível. Se não, viria o amanhã e com ele, o despertar para um novo dia. Haveria de ser nova como ele.
Ela sempre procurou as peças do quebra-cabeça, mesmo quando tudo parecia fora do contexto e as pessoas fora do lugar. Ela sempre acreditou no amor, por mais clichê que aquilo pudesse parecer.
Ela insistia em ser prosa e poesia, mesmo nas linhas mais tristes. Havia aprendido a jogar o jogo do contente e sempre tinha um sorriso guardado. Desenhava sóis em dias de chuva, acrescentava reticências depois do ponto final. Era incansável e acreditava no impossível.
Ela sempre acreditou que chegaria o momento de ser feliz para sempre, mesmo a beira do precipício. Era otimista, apesar de tudo que não fora e das impossibilidades que carregava no peito. Titubeava algumas vezes, mas acreditava que, com a primavera, viriam as flores. Enquanto isso, cuidava do seu jardim.
Ela encarava as sombras e os vazios de peito aberto e dizia para si que o melhor estava por vir. Assim, atravessava desertos, noites frias e solidões. Ela tinha o poder de acreditar. Assim, fazia nascer amanhãs, possibilidades e estava sempre pronta para recomeçar. Para ser feliz, para tentar outra vez.
Reticências…
De quem será que você herdou esse seu otimismo?
CurtirCurtido por 1 pessoa