Convicção

280618-Convicção

Eu tento me agarrar as suas palavras, mas suas atitudes me acertam em cheio, aqui no centro do peito, abalando todas as estruturas, dilacerando esperanças e a imagem do homem que um dia eu amei e, que, agora, só existe em minha lembrança, no meu delírio.

Eu tento recobrar sua consciência, eu grito, eu berro e eu perco a voz. Mas você está surdo e não quer me ouvir, não reconhece minha língua, não fala meu idioma. Para cada ponto, um contraponto. Sua autodefesa me ataca e eu meu instinto de sobrevivência te agride, mas nada mais te atinge.

Do alto da sua indiferença, meu amor lhe estende os braços e não te alcança, você não está mais aqui. O futuro que havíamos planejado está perdido e o passado é incerto. Sua ausência é tudo que eu tenho. E ela transcende as dimensões do tempo e do espaço e me confunde e não sei mesmo quando foi que você me deixou.

Procuro qualquer coisa que me faça entender nas suas razões, qualquer pista pra te decifrar. Meus olhos estão cansados, minha fé não é capaz de acreditar. Eu fraquejo, dobro os joelhos, faço uma súplica para nossa dor passar.

Eu me reviro em busca de qualquer pegada sua, o menor dos sinais. Não há o menor vestígio, nada foi deixado pra trás. O céu rachou, o chão se abriu sob meus pés. Minha convicção em você acabou por ser a mais perigosa das mentiras, a pior das ilusões.

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