Não. Eu não posso esperar que essa tempestade de acalme, não posso esperar que a chuva pare e que você recobre a sua consciência. Não posso esperar por um milagre, não posso esperar pelo resgate porque eu estou naufragando nas suas incertezas.
Não. Eu não posso aceitar suas mentiras, eu não posso ficar em silêncio, eu não posso fingir que não vejo seus erros e seus passos tortos. Eu não posso acreditar que haverá um amanhã, que o tempo trará calmaria e que você voltará pra mim.
Não. Eu não posso ficar entre os restos e o passado, presa a ilusão que eu criei para te salvar da sua própria loucura. Eu não posso ser mais aquela pequena, fechar os olhos e cruzar os braços para a sua apatia de viver.
Não. Eu não posso esperar que o vento mude de direção, eu não posso nadar contra a correnteza. Eu não posso ficar estática, inerte, meio morta, presa a esperança de voltar a ser o que talvez nunca tenhamos sido.
Não. Eu não posso justificar suas atitudes, não posso esconder suas falhas e não posso negar as minhas imperfeições. Eu não posso fugir da verdade que me leva, a cada dia, mais para longe de ti.
Não. Eu não posso carregar toda a culpa, nem suas desculpas pouco sinceras. Eu não posso fingir que não dói, que não é comigo, que você está fazendo algo por mim. Não posso tentar te salvar, te pedir pra ficar.
Não. Eu não posso negar o meu amor, não posso negar minha vontade e a minha saudade. Não posso negar minha dor, minha mágoa, minha decepção. Não, eu não vou mais te dizer sim.