Lá fora as folhas caem ao sabor do vento, despindo as árvores e anunciando a chegada da nova estação. Enquanto desprendem-se dos galhos, bailam no ar, rodopiam sem destino, ganhando o desconhecido.
As temperaturas vão caindo e os dias as noites parecem sempre iguais. Na transição, a vida segue seu fluxo e a natureza cumpre seu ciclo. Os galhos nus aguardam a nova folhagem e, por trás da secura aparente, é tempo de renascer.
De dentro pra fora, o outono se faz na natureza e em mim. Os ventos da nova estação batem em minha janela e avançam por dentro de mim. Brincam com meus cabelos e vão me despindo… Vou desfazendo do que não mais me define, do que não mais convêm. É preciso suportar os ventos da mudança e a aprender a dançar ao sabor do vento.
Na minha nova estação, vou desfolhando e me nutrindo de esperança. Hei de florescer na primavera! E, neste tempo de mudança, a vida anuncia novos caminhos e as últimas lágrimas caem para dar lugar aos sorrisos que virão. Nada permanece igual. Nem lá fora, nem aqui dentro. É a vida seguindo seu fluxo… São os ventos do outono mudando a paisagem e o coração.