Enquanto o vento não sopra a meu favor, preparo a vela, me encarrego das provisões: algumas lembranças, pequenas saudades, o grande amor e baús de ilusão. Tudo o que preciso para seguir e alimentar a alma nas noites de tormenta, eu sei, que virão.

Rezo, porque acho que ajuda. Creio no meu deus, o Tempo. Nessa minha fé simples, a possibilidade se reinventa e se multiplica. Acredito e espero. Como se desvendar seus segredos fosse apenas uma questão de ventos e eu fosse capaz de controlar as fases da lua.

Esperarei que a maré suba, elevando minhas expectativas e me inundando de coragem. Neste dia, deixarei o porto – supostamente –  seguro e seguirei até atracar em seu cais. Cruzarei o mar revolto de todas as suas impossibilidades e longos silêncios. Em meio à tempestade das incertezas, agradecerei as provisões e servirei banquetes para a alma.

Assim, seguirei por suas águas determinada a alcançar o horizonte improvável do seu ser. Entre dias e noites, roubarei estrelas pra depois. Atravessarei desertos e novas tempestades, mas haverá, ainda, um último pedaço de ilusão.

Será o suficiente para continuar até descobrir suas terras e tomar posse de tudo que sempre me faltou. Neste dia, vou mudar o tempo, fazer lua cheia e te dar estrelas. Vou desbravar seus contornos e redesenhar seus mapas, mudar fronteiras, te descobrir meu.

Amanhecerá dia calmo e não haverá mais escuro que vingue. Te convidarei a conhecer minha embarcação e você soltará a âncora. Chegaremos ao nosso destino e um abraço fará parecer que o nunca foi banido para sempre. Em silêncio, agradecerei por não negar provisões aos sonhos que teimavam em crescer dentro do peito.

2 comentários sobre “Seu nome, Esperança

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