Nosso amor morreu antes de existir, sendo, ainda assim, maior, bem maior que o fim. O que sobrou, ficou aqui, ancorado no segredo do meu ser, por trás de todas as camadas. Ali, onde ninguém vê. Bem aqui, onde arde e urge em mim. Continuar lendo “Sine qua non”
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Me rendo
Cedo ou tarde eu voltaria. Eu sei que você sempre soube, mesmo quando eu duvidei. Mesmo trancado todas as janelas e apagando todos os rastros, você sempre soube que eu sempre voltaria. E cá estou, de novo e mais uma vez. Presa a sua lembrança, refém de uma esperança torta, quase morta, do impossível acontecer. Continuar lendo “Me rendo”
Incrustado
O que eu sinto fica, cada vez mais. Ali, entre os meus ossos e abismos, nos escuros e nos ocos. Nos meus urros, em minha pele, sob as unhas, atrás dos sorrisos e das desculpas, está você, delineando o melhor de mim. Continuar lendo “Incrustado”
Abstinência
Preciso. De mais, mais de você. Dos seus olhos pra me afogar, dos seus passos para me guiar. De você entre minhas pernas, dentro da minha boca, encostado a minha pele, sussurrando em meus ouvidos. Continuar lendo “Abstinência”
Latente
De repente uma vontade de te encontrar nesse fim de noite e fazer de conta que as portas não se fecharam na cara do sonho que você não quis sonhar comigo. Vontade de te dar as mãos, misturar as pernas e fundir as almas.
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Quando você transbordar
Eu não entendo. Não entendo seu silêncio diante das minhas palavras, sua indiferença a minha entrega, seu tédio em resposta a minha intensidade. Eu não entendo sua existência alheia a possibilidade de nós dois. Eu não entendo as horas ainda incertas, as dúvidas e perguntas que você não quer responder.
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A certeza do não saber
Não, eu não sei. Eu não te sei, não mais. Não sei quanto de mim ainda tem contigo ou o quanto minha falta te machuca. Não sei das suas noites em claro, dos seus dias no escuro, da sua vida sem graça e sem mim. Não sei se mudou de time ou de convicções.
Quem fala
Me ensina a não andar com os pés no chão. Me ensina a falar a língua dos anjos. Me ensina a amar desse seu jeito leviano. Me ensina a ser feliz nas efemérides, a me satisfazer com pouco.
Quando não é amor
E então você me diz que não veio pra ficar. Impõe essa distância intransponível e avisa que vai pra onde eu não posso te alcançar. Diante da minha incredulidade repete, agora com a voz firme, que não veio pra ficar. Que prefere seguir mantendo as portas fechadas e as vidas inalteradas. Continuar lendo “Quando não é amor”
O espaço da falta
Nada é tão óbvio ou inevitável, muito menos imutável. Os dados estão rolando e a sorte está lançada no espiral do tempo. Nada está decidido ou certo. Neste contexto, as coisas que fazem falta ocupam espaço em nós. Por isso, meu bem, você está aqui comigo. Sua ausência, sempre tão presente, é a música que coreografa minha vida.
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